sábado, 17 de setembro de 2016

Apocalipse


Revolta de mundos estelares.
Ribombam trovões cortando os ares.
A chuva extremamente forte
Aumenta o caos generalizado
Paira no ar por todo lado
O cheiro acre de horror e morte.

Vagas imensas nos oceanos
Com uma fúria já de muitos anos
Ao precipitarem-se em terra
Arrasam e tudo no caminho
Tragam em terrível remoinho
Com o estrondo de uma guerra.

Famulenta a terra se abre
Como que ferida a sabre,
Jorrando de suas entranhas
O ígneo sangue grosso.
Escapam de um profundo fosso
Gases de colorações estranhas.

Na tentativa desesperada
Da fuga, a inesperada
Falta de um lugar para ir
Faz a humanidade desgraçada
Correr pela terra destroçada
No ímpeto covarde de fugir.

Chora a torpe humanidade
Uma existência de iniqüidade...
Treme a terra novamente
Em convulsão terribilíssima.
Toda gente assustadíssima
A gritar desesperadamente.

Essa destruição fantástica,
Que é totalmente mística:
O aniquilamento do planeta!
Fende-se a terra de sul a norte,
De pólo a pólo; desta sorte
A profecia se completa.

Flutua no universo enorme
Uma massa cósmica disforme,
Após a planetária explosão.
Transformada em fragmentos
Com todos os seus segmentos
Como toda e qualquer destruição.

Como o Soberano Universal
Regi esse Juízo Final!
Queima o cigarro no cinzeiro.
Um desejo agora me passa...
Sim. Talvez qualquer dia eu faça...
Destruo o universo inteiro!

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Eu errei

Que ninguém pergunte, na verdade não sei
O que se passou o que foi que vivi
Era o paraíso! Foi o que pensei
Quando abri a janela tudo aquilo que vi

O dia brilhava em fogo lá fora
Com o brilho roubado da tua luz
Esta mesma luz intensa que agora
Escurece as canções que um dia compus

E aquela alegria que eu, louco, sentia
Sem nem mesmo saber se havia um por quê...
Logo, logo então eu descobriria
O motivo de tudo era só você...

Aos poucos e sempre fui sendo levado
Pela forte corrente dessa minha paixão
Eu via teu nome sendo gravado
Nas fibras mais duras do meu coração

Mas está tudo bem, não sinta-se assim
Culpada por tudo, por meu desengano
A culpa, se há, é toda enfim
Do meu coração que foi tão leviano

Pois lá onde fui só havia amizade
E eu vi paixão. Confesso, eu errei!
Então preferi viver de saudade
Mesmo sabendo que assim sofrerei...

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Dom de voar

Queria ter um lugar pra ir
Um outro dia, outro amanhecer
Abrir a porta do mundo e sair
Sair de dentro do meu próprio ser.

Naquele dia vi o sol cair
E a noite veio pra me entristecer
Tantos caminhos eu podia seguir
Mas escolhi um para me perder

A solidão chegou pra ficar
Não me deu chance de poder fugir
Acho que não poderei mais sorrir
Como eu queria ter o dom de voar!

Mas se eu tivesse o dom de voar,
Sem as barreiras para me impedir,
Creia que ao invés de fugir
Ia voando para te encontrar...

sábado, 10 de agosto de 2013

Eu queria

Eu queria ouvir você dizer que me adora,
Que fica triste por estar longe de mim
Que queria estar bem do meu lado agora
Com beijos e carinhos que não tenham fim

Que a vida é mais alegre comigo por perto
Pra eu te fazer sorrir se o pranto chegar
Que sou seu amante, seu amigo certo,
Que quer fazer amor até o sol raiar.

Que lá fora faz frio, mas nossa cama é quente
Que sempre vai embora querendo voltar
Que fica flutuando pensando na gente
Que a saudade aperta, chega a machucar

Que vai fazer de tudo, achar uma maneira
Vai dar um jeito logo de poder me ver
Que vai ser minha sempre, pela vida inteira
E quer que eu seja seu até envelhecer

Mas esqueça, por favor...
Tudo foi um sonho, foi só um delírio
De um coração que estando vazio
Quis acreditar ter encontrado o amor

E agora que acabou
Vejo que pra nós tudo foi diferente
Eu vou tocando a vida, vou seguindo em frente
Vivendo no vazio que você deixou...

Sem aviso

Te amei tanto assim, tão de repente
Não sabia o que poderia ser
Veio como uma coisa diferente
Todo dia a vontade de te ver.

Era a luz do meu dia, minha vida
Caminho que levava à paixão
Era porto de chegada sem partida
O meu mundo, o meu teto, o meu chão.

Mas você foi embora sem aviso
Preferiu outra vida, outro amor.
E agora, meu Deus como eu preciso,
Te arrancar do meu peito sofredor!

Hoje eu paro, respiro e não tem graça
O mundo é vazio sem você,
E qualquer tentativa que eu faça
Para amar me pergunto: Para quê?


terça-feira, 23 de abril de 2013

Amor bandido


O que eu vou fazer sem a felicidade
De te ter todo dia me dando prazer?
Essa é uma paixão que veio de verdade
Não sei se algum dia eu vou esquecer...

Quero arrancar do peito essa coisa maluca,
Essa vontade louca de querer te ver
É uma dor tão grande que só me machuca
Mas sem ela, eu sei, não poderei viver.

É um amor bandido, veio fora de hora,
Chegou e fez bagunça no meu coração,
Meu Deus! Não sei o que eu vou fazer agora,
É muito tarde para que eu diga Não!

Não tenho a pretensão de que você me queira
Queria aconchegá-la toda nos meus braços
Sonhei que poderia ter você inteira
E acabei com o peito feito em pedaços.

A minha emoção é pura e verdadeira
É puro e verdadeiro também meu carinho.
Nunca pensei sofrer assim, dessa maneira,
Acho que meu destino é ficar sozinho...

segunda-feira, 18 de março de 2013

Solidão Silenciosa


                     I

Queria as solidões, a paz mais eterna
Apartar-me do horror da multidão
Afundar-me nas trevas, e o clarão
Da poesia a servir-me de lanterna.

Longe da falsidade do salão,
Fechar-me no silêncio da caverna
E fazer como um urso que hiberna
Só reaparecendo no verão.

A vida do poeta é muito triste
Pois dentro do poeta habita, existe
Um milhão de estranhos sentimentos.

E para extravasá-los pelo mundo
Mantendo o pensamento tão profundo,
Só quer a solidão desses momentos.


                     II

Permitam-me ficar sozinho um dia
Deixem-me no silêncio do esquecido
E esse dia será engrandecido
Silenciosamente com poesia.

Tudo que nessa santa paz se cria
Por outro modo não teria sido.
Somente um coração enternecido
Faz do silêncio glória e galhardia.

Que ribombem trovões e o vento ruja
Calmo, como o olhar firme da coruja
Prescruta a mais escura profundeza,

Até que a ira do céu não se desfaça
Que todo estrondo vire só fumaça,
Deixo a pena estirada sobre a mesa.